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Para os Fake News, a fuga de Tiburi é perfeita e sem volta

31 de janeiro de 2018

A filósofa e escritora Marcia Tiburi, sem querer, estabeleceu um novo paradigma de relacionamento com os MBLs da vida. Ao se recusar participar o programa na rádio gaúcha, onde estava presente, de “surpresa” uma de suas lideranças, ela fundou uma nova forma de atuar, politicamente. A recusa ao debate é inteligente e estratégica, porque as falácias e mentiras só se fortalecem se existe um boi de piranha disponível para colocá-las na pauta do dia. E neste caso, quanto mais qualificado, este personagem, mais se beneficiam os que trabalham para confundir.

Vou além: hoje existem os profissionais que trabalham para o estabelecimento de um ambiente de falácias e falsos cenários. A seu favor, eles têm o óbvio ululante, a meia verdade, a interpretação equivocada. A seu favor, eles tem a velha e boa manipulação. E esta precisa de uma certa credibilidade para se estabelecer. Este é o ponto-chave que a nova postura de Tiburi criou. A recusa em debater com o falso, o mentiroso, o enganador, é um veneno mortal para o próprio veneno destas pessoas. E não é antídoto. É veneno, mesmo. E o nome do veneno é conhecido: Fake News.

Explico melhor: o enganador precisa de referências verdadeiras para construir o discurso da meia-verdade, ou mentira. É o movimento da falácia: a primeira parte do argumento é legítima; a segunda, manipulada, distorcida. É como o leitor de jornal, hoje, que não passa do título. Para quê conteúdo, se o título já diz tudo? É a geração-título-de-jornal. E passível de falsas interpretações, o tempo todo. O Fake News não é uma calúnia que vem do nada. Ele tem como base uma assertiva verdadeira.

Afinal, não fosse assim, porque o âncora do programa da Rádio Gaúcha convidaria 4 homens, no dia seguinte,  para discutir a postura da Marcia, ao se retirar do estúdio? Porque ele escolheu apenas homens? Para lembrar que todos somos machistas, certo? – perguntaria o Gérson, segurando um cigarro Vila Rica. E pior: Marcia está em uma maratona pelo País lançando o livro “Feminismo em Comum – Para Todas, Todos e Todos”, que reinaugura a Rosa dos Tempos, editora criada por Rose Marie Muraro, dedicada à temática feminina. É provocação, mesmo.

Tiburi tem mais é que processar, um por um dos inúmeros enganadores, idiotas de plantão, que recauchutaram seus textos na elaboração do discurso da mentira e do engodo. E tomara que ganhe muito dinheiro. E tomara também que cada centavo que ela ganhe vá para instituições de cunho social. Só para fortalecer quem os MBLs da vida tentam, diariamente, destruir.

Bem, não era nada disso. Escrevi este texto para dar uma boa notícia, dobrada. Marcia Tiburi vem a BH lançar o livro  “Feminismo em Comum” no Dia Internacional da Mulher, em 08 de março, às 19h30, na Cemig. A dobra é que Macaé Evaristo e Áurea Carolina vão participar da mesa, com ela.

Tenham um ótimo dia, mesmo que seja tarde ou noite, na hora da sua leitura. A.