Jovens escritoras de Araxá e Uberlândia celebram a literatura

21 de junho de 2024

 “Ler e escrever são atividades que estão conectadas e que nos levam para lugares inesperados. Escrever é a maneira mais bonita de expressar opinião e sentimento.” – Laura Gobbi

“Tenho memórias de sair de casa e pedir à minha mãe para passar na banca para comprar gibi de Maurício de Sousa” – Esther Ferreira

Por Márcia Maria Cruz

A paixão pela literatura guiou a conversa das  escritoras Laura Gobbi, de 17 anos, e Esther Ferreira, de 15 anos, com a mediação de Mariana Quillici e Amanda Abdalla no terceiro dia do Festival Literário Internacional de Araxá – Fliaraxá, nesta sexta-feira (21/06) na Fundação Calmon Barreto. 

As duas escritoras, Laura de Uberlândia e Esther de Araxá, contaram que se apaixonaram pela literatura desde muito cedo, ainda na infância. O incentivo para Laura veio da mãe, que lhe dava livros de presentes e contava histórias. A jovem descobriu na linguagem uma mediação indispensável para relacionar-se com as pessoas e com o mundo. “A língua é um lugar seguro”, afirmou. Leitora voraz, coleciona uma lista vasta de livros. “Ler e escrever são atividades que estão conectadas e que nos levam para lugares inesperados. Escrever é a maneira mais bonita de expressar opinião e sentimento”, completou.

Esther também ingressou no universo da literatura por incentivo da família. Uma de suas paixões são as histórias em quadrinhos. “Tenho memórias de sair de casa e pedir à minha mãe para passar na banca para comprar gibi de Maurício de Sousa”. Esther contou como foi importante conhecer o estúdio de Mauricio de Sousa. “Ter convivido com o que ele escreveu desde pequena foi muito importante para mim”. Outra referência literária é o escritor Igor Pires, autor dos “Textos cruéis demais para serem lidos rapidamente”, é uma das referências de Esther.

Esther define a literatura como lugar de conforto que encontrou desde pequena para se expressar. “ A literatura foi um abrigo para mim.” Depois de ter ido ao lançamento do livro a atriz Letícia Braga, decidiu escrever. Ela escreveu todo o livro “Coisinhas de mim” em folhas em branco, inclusive com pautas desenhadas por ela própria. Pegou os rascunhos, apresentou à mãe e perguntou o que poderia fazer. A mãe a ajudou a encontrar uma editora para publicar.

Para Laura, o incentivo para escrever veio da família: ela se inspira nos textos da avó que, aos 90 anos, publicou o primeiro livro, no formato de cartas. “Nossa veia artística da família veio à Laura”, Outras referências são jornalistas, como Dolly Alderton autora do livro “Tudo o que eu sei sobre o amor”. A escrita se intensificou no período da pandemia da Covid-19. Ela publica os textos no blog pessoal Alter Ego, na plataforma Substack.

As escritoras falaram do sentimento ao compartilhar seus escritos com outras pessoas. Um dos aspectos que mais as fascinam é como a palavra escrita pode impactar e afetar outra pessoa. 

Acompanhadas por um público que lotava a plateia, inclusive com a presença de outros jovens que escrevem, elas revelaram de onde buscam inspiração e como organizam a escrita em meio a outras tarefas comuns à idade delas, como estudar.

A escrita de Esther flui quando quer falar de algo ou de um sentimento, mas ela tem alguns truques que a ajudam. “Em alguns momentos coloco música, aí vem a inspiração”, revelou. Laura revelou que a inspiração pode vir quando ela está em diferentes lugares e inclusive em situações inusitadas. “A literatura vem em mim. fiz poema dentro supermercado, dentro da farmácia, esperando na fila para tirar sangue. fazendo simulado do Enem já me aconteceu”, disse. 

Esther destacou a importância do Fliaraxá para que ela pudesse trilhar o caminho da literatura. Contou que, desde criança, observava com admiração o festival, e fazia questão de acompanhar tudo, desde a montagem da estrutura até as palestras. Ela realizou um sonho de estar na programação do Fliaraxá: estar no palco como uma das autoras do festival.

Sobre o Fliaraxá

A CBMM apresenta, há 12 anos, o Festival Literário Internacional de Araxá, um festival literário com atividades acessíveis, inclusivas, antirracistas, éticas, educativas e em equilíbrio com a diversidade, economia criativa, raça, gênero e pessoas com deficiência. Toda a programação é gratuita, garantindo a democratização do acesso. O Fliaraxá conta, também, com o patrocínio do Itaú, da Cemig e do Bem Brasil, via Lei Rouanet do Ministério da Cultura. Participam, na qualidade de apoio cultural, a Prefeitura de Araxá, a Fundação Cultural Calmon Barreto, a TV Integração, a Embaixada Francesa no Brasil, o Institut Français e a Academia Araxaense de Letras. Todas as atividades do Festival são gratuitas, com a curadoria nacional de Afonso Borges, Tom Farias, Sérgio Abranches e curadoria local de Rafael Nolli, Luiz Humberto França e Carlos Vinícius Santos da Silva.

Serviço

12.º Festival Literário Internacional de Araxá – Fliaraxá
De 19 a 23 de junho de 2024, de quarta-feira a domingo
Local: Programação presencial na Fundação Cultural Calmon Barreto (Praça Artur Bernardes, 10 – Centro), e programação digital no YouTube, Instagram e Facebook – @‌fliaraxa
Entrada gratuita
Informações para a imprensa: imprensa@fliaraxa.com.br
Jozane Faleiro  – 31 99204-6367/ Letícia Finamore – 31 98252-2002

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