“O Intérprete de Borboletas”, de Sérgio Abranches, por Pedro Dória, Andréa Pachá, Bruna Lombardi, Maria Homem, Flávia Oliveira, Itamar Vieira Jr e Míriam Leitão

29 de julho de 2022

Divulgar livros é um imenso desafio no ambiente da comunicação convencional. Os meios à nossa disposição são limitados e pouco criativos: noite de autógrafos, palestras, imprensa e, raras vezes, anúncios e impulsionamento em redes sociais. E só. 

O mercado editorial despejou no mundo 2,6 milhões de títulos no ano de 2020, de acordo com a Bookstat.  Apenas 268 passaram de 100 mil exemplares vendidos. A grande maioria – 96% –  não ultrapassou o primeiro milheiro de cópias. 

Em busca de alternativas para criar um campo de atratividade maior, o “Sempre Um Papo”, em parceria com a Editora Record, lançou-se na aventura da inovação, com os olhos postos no livro de Silvio Meira, “O que é Estratégia” (Editora Paradoxum). E criou a série de lives “Conversas sobre o livro O Intérprete de Borboletas”, do escritor Sérgio Abranches. 

A estratégia foi elaborada depois de um mergulho na trama do livro, especialmente contemporâneo, alinhado com os movimentos beligerantes do mundo atual. Convidamos sete personalidades que atuam em diferentes campos profissionais – como jornalismo, literatura, direito e psicologia – e têm afinidade com os temas que o livro oferece. Foram convidados Pedro Doria, Andréa Pachá, Bruna Lombardi, Maria Homem, Flávia Oliveira, Itamar Vieira Junior e Miriam Leitão. 

Assuntos como o ódio digital, cancelamento por embates políticos, adolescência, relações familiares, amor em tempos de ódio, política das emoções e escrita no confinamento foram discutidos, combinados e apresentados na série “Conversas sobre o livro O Intérprete de Borboletas”, que está disponível para ser acessada no canal do YouTube do Sempre Um Papo.

Em um sentido mais amplo, a estratégia vai além do campo do marketing de livros e divulgação. As conversas lançam o expectador nos grandes debates do mundo contemporâneo, extrapolando até a leitura do livro. Os modos de pensar, jogos de estrutura e tramas internas contidos no livro “O Intérprete de Borboletas” convidam ao exercício do livre pensar e o prazer de experimentar o desafio de reelaborar o nosso habitat, através da visão do outro. 

Confira, a seguir, todos os programas da série “Conversas sobre o livro O Intérprete de Borboletas”:

Dia 04/08 – Pedro Doria conversou sobre o tema “O Ódio Digital”;

Dia 11/08 – Andrea Pachá conversa sobre o tema: “Quando o cancelamento pelos ódios políticos se soma à crise típica da adolescência”;

Dia 18/08 – Bruna Lombardi conversou sobre o tema “Amar em tempo de ódio”;

Dia 25/08 – Maria Homem conversou sobre o tema “O ódio nas relações familiares”;

Dia 01/09 – Flávia Oliveira conversou sobre o tema “Racismo e desigualdade no Brasil”;

Dia 08/09 – Itamar Vieira Jr conversou sobre o tema “Escrever romances com o pé no real”;

Dia, 15/09 – Míriam Leitão conversou sobre o tema “Escrever em confinamento”.

Sobre “O Intérprete de Borboletas”

O novo romance de Sérgio Abranches trata de assuntos extremamente atuais: a polarização política e a divisão causada pela intolerância a diferentes valores e pontos de vista. O enredo é estruturado a partir de dois núcleos familiares: um deles formado por uma menina entrando na adolescência e tentando se encontrar; por sua a mãe, recém-convertida à religião, que tenta moldar a filha a seu novo comportamento; e o pai, mais compreensivo, que busca ajudar a filha e impedir rupturas definitivas na relação entre elas. O outro núcleo é composto por dois irmãos que passaram a se detestar por divergências políticas.

Neste contexto de turbulências, em que pessoas com ideias contrárias não conseguem dialogar, desponta um novo personagem: o Velho. Sua vivência da política começou nas ruas de Paris, em 1968, quando os protestos dos estudantes tiveram seu ápice. Ao voltar ao Brasil, aderiu à indignação geral contra a ditadura militar, razão pela qual foi preso, torturado e mantido em uma solitária por anos. Agora, quase como um guru, ele vive recolhido e isolado em um sítio, rodeado de árvores e borboletas. Com um discurso carregado de experiência, ele procura abrir um caminho pacífico entre os radicalismos e mostrar que é possível conviver com as diferenças.

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