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O programa 15 minutos de Papo com Sérgio Abranches como convidado comemora um ano

30 de junho de 2021

No dia 30 de junho o Quinze Minutos de Papo completa um ano de existência. As conversas entre Afonso Borges e Sérgio Abranches acontecem de segunda a sexta, por volta das 14 horas no Instagram @afonsoborges1 e posteriormente são publicadas no canal do Youtube: Afonso Borges.

O projeto é uma iniciativa de Afonso e tem como objetivo compartilhar informações sobre a realidade atual por meio de diálogos suscintos com especialistas a respeito de temas relacionados à política, pandemia e contexto brasileiro atual. “Nossos temas foram todos alinhados com as nossas ansiedades, com os nossos temores, com o momento. A minha admiração pela erudição simples e objetiva de Sérgio Abranches é o que me estimula a fazer, todos os dias. Me sinto um aluno de pós-graduação de Sociologia e Política e espero receber um diploma daqui a 4 anos”, comentou o curador sobre a motivação para realizar o projeto.
Sérgio Abranches nasceu em Curvelo (MG), em 1949. Formou-se em sociologia na Universidade de Brasília e obteve o Ph.D. de Ciência Política na Universidade Cornell (EUA). Foi professor visitante do Instituto Coppead de Administração da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Dele, a Companhia das Letras já publicou “A Era Do Imprevisto: A Grande Transição Do Século XXI” e Presidencialismo de coalizão – Raízes e evolução do modelo político brasileiro, entre outros.

“Agradeço a paciência e a audiência. A gente começou a fazer isso a um ano atrás basicamente para criar uma janela de respiro razoavelmente inteligente, de conversa a respeito de coisas sérias na pandemia, durante o isolamento social, a gente não imaginou que isso iria durar um ano. Então começamos pensando que seria mais provisório do que foi. Não imaginávamos que seria uma tragédia tão brutal, embora quando começou eu já imaginava que teríamos uma crise crescente. A medida que as coisas foram se normalizando a gente vai parar”, informou Sérgio.
A temática desse episódio de celebração foi “O Silêncio”, motivado em ações de figuras de destaque brasileiras na política. Abranches citou dois silêncios muito eloquentes, um relacionado ao comportamento do empresário Carlos Wizard na CPI da Covid. “Você tem que cuidar da sua imagem. Quando você não responde nada o silêncio é quase uma demonstração de culpa, o silêncio é algo eloquente que ele tem a esconder porque não quer usar para se incriminar.

 

Outro silêncio é o silêncio do Bolsonaro e seus filhos em relação a essas revelações da saúde. “O silêncio do Bolsonaro e dos filhos mostra que ele ainda está temorizado, agora chegou em um ponto que ele está se sentindo ameaçado porque está aumentado o número de pessoas que ficam mais reticentes em apoiá-lo”, afirmou Sérgio.
No primeiro #15mindepapo estreado no dia 30 de junho de 2020, Sérgio iniciou o papo falando sobre seus sentimentos em relação à pandemia, que ainda estava em uma fase mais inicial. “Estou adaptado porque me adaptei bem ao confinamento, pois tenho uma casa confortável e criei uma rotina que é uma coisa importantíssima. Estou muito assustado por conta da irresponsabilidade generalizada dos empresários, dos governantes e dos brasileiros em geral que estão saindo precipitadamente do isolamento social”.

Sérgio Abranches lembrou sobre a gravidade da doença. “Todas as pesquisas estão indicando que o maior perigo dela é que 75 ou 85% do contágio vem de pessoas assintomáticas, pessoas que não sabem que estão com a doença. Acho que o Brasil vai passar por um longo período de doença. A mãe de todas as crises é a pandemia. Se a pandemia continuar mantando gente, levando gente para o hospital, ao longo do segundo semestre a economia não vai recuperar. Estou assustado porque o Brasil está assumindo um risco que nenhuma pessoa em sã consciência assume”.

Para o especialista o isolamento social a rigor teria prevenido várias mortes, como ocorreu na Alemanha e na Argentina. “Se a gente tivesse feito o isolamento social com rigor, com disciplina, nós ficaríamos menos tempo parados, debelaríamos a condição dessa pandemia e voltaríamos ao normal mais rápido, portanto a economia se reativaria mais rapidamente”.

A parte boa segundo Abranches é a solidariedade. “As pessoas estão ficando mais solidárias, os indivíduos estão conhecendo o outro do qual eles começaram a se afastar. O mundo e o Brasil ficaram mais solidários na pandemia e é uma coisa linda o ser humano se redescobrir como humano”.

Para celebrar o um ano de programa, Abranches solicitou a todos que poderem contribuir com alguma doação para o “Mães da Favela 2021”. O programa é da Central Única das Favelas (CUFA), iniciado em 2020 foi altamente premiado e solicita o apoio da sociedade para suprir os impactos da pandemia em mães solteiras de favela. O programa Mães da Favela contempla com uma bolsa de R$ 240 mensais as mães solo moradoras desses territórios. No ano de 2020, cerca de 1,3 milhões de famílias foram atendidas, impactando mais de 5,5 milhões de pessoas, entregando quase 20 toneladas de alimentos e mobilizando quase R$ 170 milhões, em mais de 5 mil favelas de todo o Brasil.