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Salman Rushdie vende um mar de histórias pela internet

2 de setembro de 2021

De fato, a pandemia transformou o modo de negócios em todos os cantos e contornos da vida. A internet tornou-se fonte de renda, impulsionada pela criatividade e, principalmente, monetarização da atividades. No campo da literatura, escritores transformaram em palestrantes virtuais, produtorgloboes de conteúdo e professores, em cursos e workshops. E nunca o Substack teve tanta força. Para quem não sabe, é uma plataforma virtual, um site que  “fornece infraestrutura de publicação, pagamento, análise e design para boletins informativos por assinatura”.

 

E não é que um dos mais importantes escritores contemporâneos, o indiano Salman Rushdie entrou nessa, vendendo histórias em uma “Substack”? O seu site “Mar de Histórias” é simples e modesto, visualmente. E a primeira coisa que você recebe, quando você tecla o ícone para ler as histórias, é o link de assinaturas, com os preços anuais ou mensais.

 

Ele assim apresenta o seu novo ganha-pão: “eu gostaria que meu Substack pudesse funcionar assim: gostaria de falar sobre todos os tipos de histórias, histórias que tocaram ou comoveram ou impressionaram ou entediaram ou até mesmo me revoltaram, em livros e filmes e na TV e nos cinemas, assim como histórias que eu simplesmente inventei.

 

Muito disso estará disponível aqui de graça. Algumas não serão, incluindo uma ficção nova, inédita e completa que vou publicar em parcelas todas as semanas. Se você decidir se tornar um assinante pago, poderá ler isso, e mais das minhas histórias inventadas, bem como histórias pessoais, as histórias por trás das histórias que contarei e às vezes lhe pergunto perguntas também, e podemos ter uma conversa sobre tudo isso.

 

O objetivo é ter um relacionamento mais próximo com os leitores, falar livremente, sem intermediários ou porteiros. Somos apenas nós aqui, só você e eu, e podemos levar isso para onde for. Espero que goste do passeio. Vou tentar tornar isso divertido.”

 

Em tese, intermediários devem ser as editoras e porteiros, as livrarias. Estará ele, impulsionado pelos novos tempos, criando um novo modelo de negócio, onde o livro será plataforma adicional, até certo ponto obsoleta? Ou não estamos falando de mercado livreiro, nem literatura e sim de podcast literário? Ou uma forma antiga de expressão, remasterizada com o advento da tecnologia e não é nada além de troca de cartas, atividade epistolar.

 

Seja como for, é bom observar. Vem aí um novo tempo com este e milhares de outra variações sobre o mesmo tema, como uma sinfonia inacabada.

 

E haja orquestra para tocar esta confusão.

 

Aqui, o link: https://salmanrushdie.substack.com/