12 de agosto de 2024
No dia 17 de agosto, sábado, a escritora infantojuvenil Sophia Nogueira participa do Sempre Um Papo. O evento será realizado a partir das 11h, na Livraria da Rua (Rua Antônio de Albuquerque, 913 – Funcionários). A entrada é gratuita, com viabilização por meio do patrocínio da Cemig e Emgea, via Lei de Incentivo à Cultura do MinC, a Lei Rouanet. No encontro, mediado por Afonso Borges, fundador e presidente do Sempre Um Papo, Sophia fará o lançamento de seu livro mais recente: “O dia em que eu entendi o adeus” (Yellowfante/ Autêntica). Além de escritora, Sophia também é estudante de Psicologia e apaixonada pelo poder transformador das palavras. Acredita que uma comunicação honesta e empática é a chave para um maior entendimento e conexão entre todos, e vê nos livros um caminho para impulsionar esses princípios no mundo.
Antecedendo o lançamento de seu livro, a equipe do Sempre Um Papo conversou com a escritora a respeito de sua obra mais recente e seu trabalho com a literatura infantil. Confira a entrevista a seguir:
Como foi o seu primeiro contato com a literatura?
O meu primeiro contato com a literatura foi muito marcante, e tenho uma referência muito forte que é a Ruth Rocha. Lembro com muita intensidade do primeiro livro que li e que me deixou uma memória clara e total compreensão do que estava lendo. Era “A menina que não era maluquinha”. Eu adorava esse livro, e acho que esse foi o meu primeiro contato significativo com a literatura. Antes disso, lia muitos gibis da Turma Mônica, que também foram parte dos meus primeiros contatos com a leitura.
Como surgiu a ideia de escrever “O dia em que eu entendi o adeus”?
Tenho um grande interesse na literatura infantil e queria abordar o tema da morte e da perda para acolher o público infantil, que tem dificuldade de ser acolhido durante esses momentos. Uma vez, minha tia me convidou para ler alguns textos do meu avô, e tivemos uma conversa sobre como ela contou ao meu primo que ele havia falecido. A partir dessa conversa, entendi a necessidade de escrever o livro. Estudei bastante e me senti preparada para criar algo responsável, capaz de acolher da maneira que eu gostaria de ter sido acolhida quando passei por experiências de perda. A perda é difícil de explicar e compreender, seja para adultos, adolescentes ou idosos, e ainda mais para crianças, que estão começando a entender o mundo e como tudo funciona.
Eu cresci em um sítio, e por lá acabamos perdendo muitos bichinhos. É claro que não é a mesma coisa que perder uma pessoa próxima, mas lembro que gostaria de ter tido uma maneira mais didática e amorosa de compreender a morte. Se a morte é mal explicada ou muito fantasiada, o que é comum na forma como tratamos o assunto, pode ser muito confuso para o público infantil, especialmente os mais jovens. Por isso, quis trazer algo delicado, mas real, para ajudar durante esse processo. O livro também veio como uma entrega infantil, pois sou fascinada por literatura infantil.
Por que você optou pela literatura infantil?
Fui impulsionada para seguir pela literatura infantil por vários fatores, como o meu envolvimento com psicologia, especialmente a infantil e educacional. Também fui influenciada pelo triste evento da pandemia, que trouxe à tona a perda de entes queridos para muitas pessoas. Quando escrevi “O dia em que eu entendi o adeus”, sabia que seria um livro infantil, mas queria que ele pudesse tocar pessoas de todas as idades. Meu objetivo era que todos que lessem saíssem um pouco tocados, mesmo que o foco fosse direcionado às crianças.
O que te motiva a escrever?
Acredito que a literatura infantil deve ser muito específica, bem planejada e intencional. Sempre desejei fazer esse exercício, pois sinto que a literatura infantil é muitas vezes negligenciada, subestimada, vista como algo bobo ou meramente lúdico.
Quais são as suas inspirações literárias?
Minhas maiores referências na literatura infantil, além de Ruth Rocha, incluem Ziraldo e Ilan Brenman. Não há como negar que são muito importantes para a literatura nacional, mas também gosto muito de autores como Neil Gaiman, que, embora escreva para adultos, também escreveu “Coraline”. Lembro de uma entrevista em que ele falou sobre a necessidade da intencionalidade na literatura infantil, de como as palavras precisam passar por uma curadoria delicada e intencional para que a mensagem seja clara e objetiva. O adulto pode lidar com ruídos na comunicação, mas a criança, muitas vezes, não consegue fazer isso. Além disso, aprecio muito o trabalho de Michael Rosen, que escreveu “The Sad Book” (“O Livro Triste”).
Como a Psicologia intervém na sua escrita?
Estudei bastante para escrever “O dia em que eu entendi o adeus”. Queria transmitir a informação de uma forma que fosse proveitosa para as crianças, sem causar confusão ou criar fantasias sobre a morte. Fui muito honesta e objetiva naquilo que queria traduzir, e a psicologia foi essencial nesse processo. Estudei muito sobre o luto infantil e sobre os erros comuns que os pais cometem ao falar sobre morte. Tudo isso me ajudou a definir o caminho mais proveitoso a seguir. Também contei com o apoio das minhas professoras, que avaliaram o livro e fizeram sugestões. Felizmente, fui assertiva, e o livro não precisou de grandes alterações. Todas gostaram muito, o que me trouxe a certeza de que seria uma obra proveitosa e que agregaria à vida das pessoas, especialmente dos pais e das crianças. Sou suspeita para falar, mas estou muito orgulhosa desse livro.
Serviço:
Sophia Nogueira no Sempre Um Papo
Dia 17 de agosto, sábado, às 11h.
Local: Livraria da Rua (Rua Antônio de Albuquerque, 913 – Funcionários)
Entrada gratuita
Informações: www.sempreumpapo.com.br
Informações para a imprensa: imprensa@sempreumpapo.com.br